Inteligência Artificial: amiga ou inimiga do marketing?
- Marketing Dom

- 23 de jun.
- 6 min de leitura
Atualizado: 2 de set.
Ela escreve textos, responde clientes, segmenta campanhas e até prevê tendências. Mas no meio de tanta automação e tecnologia, uma dúvida permanece: a inteligência artificial é amiga ou inimiga do marketing?
Se você trabalha na área ou acompanha o mercado, certamente já ouviu os dois lados dessa história. Para alguns, a IA é a salvação da produtividade. Para outros, ela ameaça a originalidade e o papel do ser humano no processo criativo.
A seguir, vamos explorar os dois lados da moeda. Entenda como a inteligência artificial pode transformar o marketing, quais os riscos que ela traz e como usá-la com estratégia para não perder a essência e aquele “toque humano” na comunicação do seu negócio.
O que é inteligência artificial no contexto do marketing?

A inteligência artificial é um campo da ciência da computação que desenvolve sistemas capazes de simular a inteligência humana. Isso inclui aprender, raciocinar, resolver problemas, entender linguagem e até tomar decisões de forma autônoma.
No marketing, a inteligência artificial se manifesta em ferramentas e sistemas que analisam dados, automatizam tarefas e geram outputs com base em padrões identificados. Sua popularização ganhou força com o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022.
A adoção dessas tecnologias já é uma realidade para a maioria da população, incluindo os profissionais de marketing. Segundo o relatório da Statista, o mercado global de IA deve atingir 2 trilhões de dólares até 2030.
Principais aplicações da IA no marketing
A IA no marketing está ganhando cada vez mais espaço devido aos seus recursos que permitem alcançar uma produtividade maior - algo valorizado desde sempre no mercado de trabalho do mundo todo.
Apesar de novas atualizações serem lançadas com certa frequência, atualmente, é possível destacar uma lista de aplicações que fazem a inteligência artificial ter se tornado tão popular no marketing:
Geração de conteúdo: ferramentas como ChatGPT, Jasper AI e Copy.ai são capazes de criar textos, slogans e descrições de produtos em segundos.
Segmentação de público: a IA analisa comportamento, interesses e dados demográficos para identificar públicos ideais com precisão.
Automação de campanhas: plataformas como Google Performance Max e Meta Advantage usam IA para otimizar anúncios em tempo real.
Atendimento ao cliente: chatbots e assistentes virtuais respondem dúvidas, solucionam problemas e encaminham demandas.
Análise de dados preditiva: a IA identifica padrões de comportamento para prever tendências e otimizar decisões.
É importante destacar que algumas dessas aplicações, como os chatbots, já eram populares antes do ChatGPT e do “boom” da IA. Desde então, no entanto, o número vem aumentando consideravelmente.
Conforme estatísticas da Botpress, o tamanho do mercado global de chatbot foi avaliado em US$5,1 bilhões em 2022 e US$6,3 bilhões em 2023.
O “lado amigo”: como a inteligência artificial beneficia o marketing
Prometemos, no início deste conteúdo, abordar os dois lados da moeda quando o assunto é inteligência artificial no marketing. Começando com o lado positivo, o que se pode destacar é:
1. Aumento de produtividade e agilidade
A IA permite automatizar tarefas repetitivas e operacionais, como responder e-mails, programar postagens e analisar KPIs. Isso libera os profissionais para focar em estratégia e criatividade.
Segundo o McKinsey Global Institute, tecnologias de IA podem aumentar a produtividade em até 40% em áreas como marketing e vendas.
2. Personalização em larga escala
Com a IA, é possível oferecer experiências mais personalizadas aos clientes. Plataformas analisam comportamento em tempo real e ajustam mensagens, produtos ou anúncios conforme o perfil de cada usuário.
A Salesforce mostra que 73% dos consumidores esperam que as empresas entendam suas necessidades e expectativas únicas, algo que fica mais fácil com a ajuda da inteligência artificial.
3. Decisões baseadas em dados, não em achismos
Se você acredita que a IA não é capaz de gerar decisões baseadas em dados, desculpe, mas é você que está pesquisando de forma errada. A verdade é que a IA processa grandes volumes de dados rapidamente, identificando padrões que humanos dificilmente perceberiam.
Essa velocidade de processamento dá base para decisões mais precisas, reduzindo erros e otimizando investimentos. Ferramentas de analytics com IA, como HubSpot, RD Station, Google Analytics 4 e outras, estão cada vez mais presentes no dia a dia das equipes.
4. Criatividade aumentada
Apesar da crença de que a IA substitui a criatividade, ela pode ser uma aliada do processo criativo. Ferramentas como Midjourney ou DALL·E ajudam a visualizar ideias, gerar moodboards, testar conceitos visuais e estimular a inovação.
Em vez de substituir, a IA potencializa a criatividade, oferecendo possibilidades que economizam tempo e ampliam referências.
O “lado inimigo”: os riscos do uso descontrolado da IA

Agora que você conhece os principais pontos positivos de usar a IA no marketing, precisa entender que nem tudo são flores. Assim como qualquer outra ferramenta, a inteligência artificial precisa de alguns cuidados para não se tornar a vilã da sua estratégia.
1. Comunicação genérica e perda da identidade da marca
Um dos maiores perigos do uso da inteligência artificial no marketing é cair na armadilha dos textos “sem alma”. Quando marcas se apoiam exclusivamente em IA para criar conteúdos, correm o risco de se tornarem genéricas, previsíveis e desconectadas de seu público.
A consistência de voz e o tom humano são diferenciais importantes, e a IA, por melhor que seja, ainda carece de emoção, intuição e contexto cultural aprofundado - será que um dia isso vai mudar?
2. Dependência tecnológica
Empresas que colocam toda sua operação de marketing nas mãos da inteligência artificial podem se tornar vulneráveis. Um erro de algoritmo, uma falha de API ou mudanças nas ferramentas podem comprometer toda uma campanha.
Além disso, confiar demais em automações reduz o senso crítico e analítico das equipes, algo vital para qualquer profissional de marketing. É aquilo de “confiar, desconfiando”. A IA carece de um olhar humano e até mesmo uma checagem de fatos para garantir que não houve algum erro de pesquisa, fonte, referência, etc.
3. Privacidade e uso de dados sensíveis
A personalização extrema promovida pela IA exige coleta e uso intensivo de dados. Isso levanta sérias questões éticas e legais, principalmente após leis como a LGPD no Brasil e a GDPR na Europa.
De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, feita em 2023, nos Estados Unidos, 79% dos adultos americanos afirmaram estar preocupados com a forma como as empresas usam os dados que coletam sobre eles.
No Brasil, dados de um levantamento do Comitê Gestor de Internet (CGI), feito ainda em 2022, mostram que antes mesmo do ChatGPT os brasileiros já se preocupavam com a forma como suas informações pessoais eram tratadas online.
4. Impacto nas equipes de marketing
O avanço da inteligência artificial levanta um debate importante: até que ponto ela substitui funções humanas? Em áreas como redação, design e análise de dados, já se discute o risco de eliminação de cargos ou redução de equipes.
Embora a IA otimize tarefas, ela também pressiona profissionais a se atualizarem rapidamente, o que pode gerar insegurança ou exclusão de quem não acompanha o ritmo da mudança.
Como fazer da inteligência artificial uma aliada estratégica
A inteligência artificial não precisa ser vista como inimiga. Na verdade, ela pode se tornar a principal parceira da inovação no marketing, desde que usada com critério, estratégia e supervisão humana.
Confere algumas dicas:
1. Adote uma postura de “curadoria ativa”
Profissionais de marketing devem atuar como curadores dos conteúdos e decisões gerados por IA. A máquina pode criar sugestões, mas a última palavra precisa ser humana para garantir coerência, relevância e autenticidade.
Lembre-se: você comanda a IA, não o contrário.
2. Use a IA como ferramenta, não como substituta
É fundamental entender que a IA não veio para eliminar o fator humano, mas para potencializá-lo. O valor do marketing está na conexão, no senso de oportunidade e na criatividade. Esses elementos ainda são, em sua essência, humanos.
3. Capacite a equipe para trabalhar com IA
Em vez de resistir à tecnologia, incentive treinamentos e capacitação da sua equipe de marketing. Profissionais que sabem usar ferramentas de IA estrategicamente saem na frente, tanto em produtividade quanto em inovação.
Plataformas como Coursera, Google e HubSpot já oferecem cursos gratuitos sobre IA aplicada ao marketing, uma forma acessível de começar essa transformação.
4. Integre IA ao planejamento estratégico
Não adianta apenas usar IA para gerar conteúdo ou automatizar anúncios. Ela deve estar presente no planejamento, na análise de dados, na construção de personas, na mensuração de resultados e na criação de experiências.
A inteligência artificial, quando bem implementada, pode reduzir custos, aumentar conversões e elevar a eficiência operacional da equipe de marketing.
Aliada ou ameaça? Depende de como você usa!
A inteligência artificial não é, por si só, uma inimiga ou uma salvadora do marketing. Ela é uma ferramenta que pode revolucionar o setor, como já está fazendo, ou prejudicá-lo, dependendo do uso.
Se aplicada com responsabilidade, visão estratégica e toque humano, ela tem o potencial de transformar o marketing em algo mais ágil, inteligente e personalizado. Por outro lado, o uso indiscriminado pode comprometer a identidade da marca, a confiança dos consumidores e a qualidade da comunicação.
Em vez de perguntar se a IA vai substituir o marketing humano, talvez devêssemos perguntar: como podemos fazer o melhor marketing com a ajuda da inteligência artificial?
E você, como tem usado a IA no seu marketing?
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